Por Pedro Quintela, CEO da Linkcom
À medida que nos aproximamos do final de 2024, é oportuno refletir sobre os avanços tecnológicos que moldaram as infraestruturas de TI das empresas e antecipar as tendências que definirão o futuro próximo. Este ano foi marcado por uma aceleração na transformação digital, impulsionada pela necessidade de adaptação e significativo investimento das organizações em soluções de cloud computing, automação e segurança cibernética para manter a competitividade e resiliência. A integração de sistemas e a procura por arquiteturas mais flexíveis permitiram uma resposta mais ágil às exigências do mercado.
Não podemos olhar para 2025, sem falar sobre AI, a evolução da inteligência artificial está a conduzir ao desenvolvimento de sistemas capazes de planear e executar ações de forma autónoma, alinhados com objetivos definidos pelos utilizadores.
Esta tendência promete criar uma força de trabalho virtual que complementa e potencia as capacidades humanas, aumentando a eficiência operacional. Ainda assim, em 2025 assistiremos a uma enorme discussão sobre o que é ou não ético na utilização destes mecanismos, mas acredito que rapidamente se conclua que esta mutação na forma como trabalhamos é nada mais do que a adoção de aceleradores de produtividade.
E que a questão não é se podemos viver sem ela (que já não poderemos), mas como a usar em melhor proveito das nossas organizações.
É importante reforçar uma perspetiva clara: as infraestruturas de TI continuam a ser, e sempre serão, o pilar fundamental das organizações.
Não importa o quanto a tecnologia evolua, as infraestruturas nunca poderão ser substituídas.
O que muda, na verdade, é a forma como são concebidas, geridas e otimizadas.
O que realmente muda não é a sua essência, mas a busca constante pela eficiência.
Hoje, as organizações já não olham apenas para as infraestruturas como um meio de suporte. Elas são vistas como um motor de inovação e produtividade. Estamos num momento em que as soluções precisam de ser mais leves, rápidas e ágeis, sem comprometer a robustez e a segurança. O foco está, assim, na adoção de soluções que não só suportem as operações quotidianas mas que também promovam produtividade e eficiência. Infraestruturas híbridas que combinam cloud pública e privada, automação para gestão de redes e sistemas, e tecnologias que otimizam o uso de energia e recursos tornam-se essenciais. O desafio atual é garantir que cada peça da infraestrutura está perfeitamente integrada e alinhada aos objetivos estratégicos do negócio.
Mas o que vai mudar em 2025?
1 - IA Aplicada a Infraestruturas
Servidores Inteligentes: O uso de Inteligência Artificial (IA) para otimizar a gestão de servidores, as empresas estão a adotar soluções de IA para prever falhas, automatizar a manutenção e otimizar o uso de energia.
Data Centers Autonomizados: A IA permitirá a automação completa da operação de data centers, reduzindo custos operacionais e aumentando a resiliência. Segundo a Gartner, até 2026, mais de 40% dos data centers globais integrarão sistemas de IA para gerir operações críticas.
Adoção de Infraestruturas Cloud Híbridas e Multi-Cloud
Flexibilidade e Escalabilidade: O modelo híbrido continuará a crescer, permitindo às empresas combinar os benefícios de infraestruturas locais (on-premises) com soluções cloud. As empresas dão prioridade às infraestruturas híbridas para atender às necessidades de conformidade e segurança, enquanto aproveitam a escalabilidade da cloud.
Soluções Multi-Cloud: Para evitar dependência de um único fornecedor, muitas organizações estão a adotar estratégias multi-cloud. Isso facilita a otimização de custos e melhora a flexibilidade operacional.
Sustentabilidade na Cloud: As empresas estão a priorizar provedores de cloud com práticas sustentáveis, como data centers que utilizam energia renovável. A Microsoft e a AWS já anunciaram metas para atingir neutralidade carbónica nas suas operações.
Automação de Processos nas Infraestruturas
Hiperautomação: A integração de IA e automação está a redefinir a gestão de infraestruturas. Processos repetitivos, como provisionamento de servidores e monitorização de redes, estão a ser automatizados para reduzir o tempo de resposta e minimizar erros humanos.
Network-as-a-Service (NaaS): A automação na gestão de redes permitirá o uso de NaaS, onde empresas pagam apenas pelos recursos utilizados, ajustando-se às suas necessidades em tempo real.
Automação em Segurança: A aplicação de ferramentas baseadas em IA para identificar e mitigar ameaças em tempo real está a crescer. Sistemas de cibersegurança automatizados podem prever ataques e implementar defesas instantaneamente.
Cibersegurança Reforçada
Infraestruturas Zero Trust: As empresas estão a migrar para modelos de segurança Zero Trust, em que nenhum utilizador ou dispositivo é confiável por padrão. Este modelo será essencial para proteger infraestruturas híbridas.
Compliance com Regulamentos como DORA e NIS2: Para 2025, as regulamentações, como a NIS2 (Diretiva de Segurança das Redes e da Informação) e DORA (Digital Operational Resilience Act), exigirão infraestruturas mais robustas e resiliência operacional. As empresas estão a investir em soluções que garantam esta conformidade.
Proteção de Dados Sensíveis: Soluções de segurança baseadas em IA, como monitorização preditiva, serão vitais para identificar vulnerabilidades antes que sejam exploradas.
Infraestruturas como Serviço (IaaS)
Crescimento da Cloud Pública e Privada: A procura por IaaS continuará a crescer, permitindo às empresas reduzir custos de capital enquanto aumentam a agilidade operacional.
Integração de Hardware Virtualizado: Servidores tradicionais estão a ser substituídos por hardware virtualizado, proporcionando maior flexibilidade e interoperabilidade entre plataformas.
Edge Computing: A expansão de edge computing permitirá que as empresas processem dados mais próximos da fonte, reduzindo a latência e melhorando a eficiência em aplicações críticas, como IoT e automação industrial.
Sustentabilidade e Eficiência Energética
Green IT: Data centers ecológicos e infraestruturas energeticamente eficientes estão a ganhar destaque. A Dell, por exemplo, introduziu servidores projetados para consumir menos energia e suportar workloads mais complexos/pesados.
Redução da Pegada de Carbono: As empresas estão a integrar práticas sustentáveis em TI, como reutilização de hardware e escolha de parceiros com iniciativas verdes.
Expansão de Serviços Geridos (Managed Services)
Terceirização de Infraestruturas: As empresas estão a confiar cada vez mais em fornecedores de serviços geridos para a administração de infraestruturas complexas, permitindo maior foco em objetivos estratégicos.
Monitorização Proativa: Managed Services baseados em IA permitem uma abordagem preditiva na resolução de problemas, melhorando o tempo de atividade e reduzindo interrupções.
Adoção de Tecnologias Emergentes
IA Generativa em Infraestruturas: Aplicações de IA generativa, como otimização de arquiteturas e simulação de redes, estão a surgir como ferramentas fundamentais para planeamento e gestão.
Para capitalizar estas tendências, as empresas devem adotar uma abordagem proativa, investindo em formação contínua, atualizando as suas infraestruturas e promovendo uma cultura de inovação. A colaboração com parceiros tecnológicos especializados será crucial para implementar soluções que não só respondam às necessidades atuais, mas que também preparem as organizações para os desafios futuros.
Na Linkcom, estamos comprometidos em acompanhar estas evoluções, oferecendo aos nossos clientes soluções de TI que alavancam as mais recentes inovações tecnológicas, garantindo que estão preparados para um futuro dinâmico e exigente.
E, se há algo que o futuro das infraestruturas de TI promete, é a contínua evolução para responder às necessidades crescentes das empresas. Mas a sua importância, como core operacional e estratégico das organizações, permanecerá inalterada.
As empresas que compreenderem isso e se concentrarem em maximizar a eficiência das suas infraestruturas estarão melhor preparadas para enfrentar os desafios do futuro.
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